O papel das Emoções
No trabalho que desenvolvo como Coach, uma das coisas que tenho observado é a dificuldade que, nós adultos, temos em gerir as nossas próprias emoções. Seja qual for o contexto: empresarial, desportivo, escolar ou familiar esta dificuldade é comum e, na maior parte dos casos, ignorada.
Já dizia Aristóteles: “Educar a mente sem educar o coração, não é educar.”
A gestão emocional, capacidade para (re)conhecer e saber gerir as emoções, não é ensinada nas escolas e, muitas vezes, ignorada no contexto familiar… e isso é uma lacuna no desenvolvimento de uma criança, com efeitos evidentes nas atitudes do futuro adulto. Acredito que isto acontece porque nós, agora adultos responsáveis pela educação de uma nova geração, fomos, maioritariamente, educados sem esta componente. Para se ensinar é preciso saber. A boa notícia é que estamos sempre a tempo de aprender, para melhorarmos as nossas próprias competências e poder transmitir essa aprendizagem aos outros.
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Quando aprendemos a (re)conhecer as nossas emoções, conquistamos graus de liberdade e controlo sobre elas, o que nos possibilita regulá-las e geri-las a nosso favor. Quando percebemos que temos recursos para isso, tornamo-nos mais seguros de nós mesmos, mais confiantes, com uma autoestima equilibrada, muito mais empáticos, logo com maior capacidade para nos relacionarmos com os outros.
A verdade é que a Inteligência Emocional é uma competência e, como todas as competências, pode ser compreendida, treinada e adquirida.
Sabemos que aprendemos melhor quando nos sentimos melhor. Sabemos o estado emocional no momento da aprendizagem tem impacto na memória de longa duração. Sabemos que a emoção pode desencadear estados de aprendizagem mais significativos. Logo, se continuarmos a negligenciar a emoção como ferramenta ao serviço da aprendizagem e do desenvolvimento integral da criança e do jovem, estamos a ignorar um recurso maravilhoso e de grande impacto positivo na sua vida futura.
Jovens com maior domínio emocional apresentam melhores rendimentos escolares, maior capacidade para cuidar de si mesmos e dos outros, maior foco e capacidade de resiliência para ultrapassar os desafios, maior capacidade de pensamento critico construtivo e menos probabilidade de se envolverem em situações e comportamentos de risco.